CRIAÇÃO DA MARCA
Uma parceria recente entre o Governo do Nepal, o Quadro Integrado Reforçado (QIR) e o Centro de Comércio Internacional (CCI) estabeleceu os alicerces para estes esforços em curso, orientados para a promoção de peças de pashmina produzidas no Nepal.
Apercebendo-se de que a “pashmina” fora do país tinha passado a ter a conotação de um xaile barato, a Associação das Indústrias de Pashmina do Nepal, em conjunto com o CCI, desenvolveu esforços para criar uma marca forte, Chyangra Pashmina, que refletisse a utilização de lã da mais alta qualidade, bem como proteções sociais e ambientais. A marca é agora comercializada em 47 países.
Matthias Knappe, do CCI, afirma: “Prestámos apoio elaborando uma estratégia para a melhor forma de comercializar a marca registada, com uma definição específica do significado de Chyangra Pashmina. A Associação das Indústrias de Pashmina do Nepal queria algo que aproveitasse o antigo legado, a antiga glória associada ao termo “pashmina” como algo de qualidade, mas distinguindo-o claramente de quaisquer perceções negativas da pashmina que existiam no mercado”.
Conforme acrescenta, “Chyangra é o nome local das cabras dos Himalaias e pashmina refere-se ao produto de caxemira proveniente do Nepal”.
Na sequência da estratégia de revitalização e promoção da marca, 26 empresas registaram um aumento de 16% das exportações e 28 empresas angariaram um total de 425 novos clientes.
Os produtos Chyangra Pashmina são agora exportados para 80 países e a Associação das Indústrias de Pashmina do Nepal continua a procurar novos clientes, especialmente mercados que dão prioridade aos produtos de luxo. O país visa aumentar o valor de exportação da Chyangra Pashmina em 67% até 2020, de acordo com um Estudo de 2016 sobre a integração do comércio do país apoiado pelo QIR.
ACOMPANHAR A MODA
As pashminas constituem o terceiro bem de exportação do Nepal e os produtores locais são altamente dependentes do mercado de exportação. Além de reforçar a marca Chyangra Pashmina, o projeto pretendia diversificar os elementos de exportação, acrescentando outros produtos ao habitual xaile.
“Antes vendíamos apenas trapos, ao passo que agora produzimos várias peças de vestuário e passámos de apenas tecido para malhas. Cerca de um quarto das exportações são de malhas, todas elas peças de malha de luxo produzidas em Katmandu”, declara Vijoy Dugar.
Com a criação tanto de peças tecidas, como xailes e lenços, como de produtos de malha, como casacos, a indústria está a esforçar-se não somente para se adaptar à procura global, mas também para impulsioná-la. Uma das estratégias seguidas é a de formar estudantes no trabalho da lã, produto crucial para o país.
“No Nepal, especialmente em Katmandu, não há muitas instituições que trabalhem no design de têxteis. Trabalhámos com uma das escolas de design estabelecidas e iniciámos cursos dedicados ao design e produção de pashmina, contando hoje com cerca de 60 a 70 estudantes”, afirma Vijoy Dugar.
Na sequência do primeiro curso de caxemira de sempre do país, que incidiu sobre a forma de utilizá-la e de criar designs, os estudantes organizaram uma exposição de moda para apresentar as suas criações. Esta iniciativa na educação deu origem a um caminho único que visa assegurar que a pashmina se adapta aos seus clientes globais e amplia o seu alcance.
E formar jovens designers para inovarem numa das principais áreas de exportação do Nepal significa criar uma sólida base para o comércio futuro.